quarta-feira, 22 de abril de 2015

Dr. Júlio Cesar Voltarelli - pioneiro em pesquisas com células-tronco no Brasil


O Dr. Júlio Cesar Voltarelli (1948-2012), professor e cientista da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Campus de Ribeirão Preto) - FMRP, foi o primeiro cientista brasileiro a testar células-tronco para o tratamento de diabetes. Ele era considerado uma figura controversa no meio acadêmico por testar idéias que ainda pouco aceitas na comunidade científica.

Graduado em medicina e com experiência nas áreas de imunologia clínica, hematologia e hemoterapia, o Dr. Voltarelli teve suas pesquisas publicadas em periódicos internacionais e escreveu o primeiro tratado brasileiro completo - com quase 1,3 mil páginas - sobre transplante de células-tronco hematopoiéticas (aquelas que têm potencial para formação de sangue).

Entre as diversas conquistas científicas, o Dr. Voltarelli e seu grupo na FMRP-USP criaram a técnica de tratamento conhecida hoje como "reset imunológico", aplicada a diabetes tipo 1 - da qual já falamos aqui no blog e conseguiram reverter déficits neurológicos em estágios iniciais em pacientes com esclerose múltipla a partir de transplante autólogo de células-tronco.

Incansável estudioso, Voltarelli graduou-se em Medicina; fez mestrado e doutorado em Hematologia/Imunologia (todos pela USP); pós-doutorou-se pela Universidade da Califórnia, pelo Fred Hutchinson Cancer Research Center e pelo Scripps Research Institute, nos EUA. E ainda foi professor titular do Departamento de Clínica Médica da FMRP-USP e pesquisador do Centro de Terapia Celular (CEPID-FAPESP) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células-Tronco e Terapia Celular (CNPq).

O Brasil perdeu um importante cientista em 21 de abril de 2012. O Dr. Voltarelli faleceu  aos 63 anos, em consequência de complicações de um transplante de fígado e, na ocasião, o prefeito de Ribeirão Preto decretou luto oficial de três dias em sua homenagem. Também como reconhecimento pelo seu pioneirismo e importância dentro do cenário científico brasileiro, o Grupo de Apoio ao Transplantado de Medula Óssea - GATMO, em 27 de setembro de 2013, decidiu por unanimidade prestar uma homenagem à Voltarelli e, dentre as atividades de aniversário do seu 21º ano de existência, a casa de apoio (GATMO) passou a se chamar "Casa de Apoio Dr. Júlio Cesar Voltarelli".

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Coleta de células-tronco do cordão umbilical

O vídeo exibe, detalhadamente, como é realizada à coleta de células-tronco do sangue de cordão umbilical.

Polêmicas envolvendo células-tronco embrionárias.

Não é de hoje que ciência e religião se digladiam pelo controle sobre o comportamento e os valores do homem. Não raro na história a moral sepultou inovações e descobertas científicas; não raro a ciência deflorou a vida e os direitos humanos.
Se você se debruçar sobre a questão com o olhar criterioso e investigativo dos que vasculham o inexplicado, recairá em uma discussão quase tão antiga quanto a própria humanidade: quais os riscos, os limites do avanço tecnocientífico? E quais os perigos do ostracismo, da manutenção de princípios conservadores? 

Sem dúvida, muitas pessoas argumentam que tal pesquisa é desnecessária porque também podem ser obtidas células-tronco a partir de adultos ou do sangue do cordão umbilical.


De fato, os cientistas podem trabalhar com dois tipos de células-tronco: as embrionárias e as adultas. As primeiras, que só ocorrem no início do desenvolvimento embrionário, são denominadas pluripotentes, pois podem se transformar em qualquer tipo de célula. Com elas se consegue formar de hemácias a células nervosas – essas fundamentais para o possível tratamento de doenças como Alzheimer ou lesões de medula espinhal. Já as células-tronco adultas (e aí se incluem as retiradas do cordão umbilical) só formam alguns tecidos, como músculo, osso ou cartilagem.

São várias as vantagens do uso das células embrionárias sobre as adultas. Pode-se destacar, além da sua pluripotência, a facilidade de seu isolamento – já que constituem a totalidade do embrião – e o maior controle na indução de sua especialização.

Além disso, a grande perspectiva é que, com o aprofundamento dos estudos nessa área, possamos compreender todos os mecanismos que regem a especialização de uma célula-tronco e, no futuro, aplicá-lo em células adultas, dispensando o uso de embriões.

Independente da discussão jurídico-moral, são incontáveis os exemplos de aplicação prática, potencial ou já realizável, desse tipo de célula: a reconstrução de tecidos perdidos por mutilações e acidentes; a regeneração de massa óssea em pessoas portadoras de osteoporose; reposição de tecido necrosado cardíaco após infartos; tratamento de Mal de Parkinson, Alzheimer e lesões neurológicas traumáticas e advindas de derrames; cura para diabetes tipo 1, hemofilia e leucemia; recuperação de tecido renal em pacientes com necessidade de transplante de rim; produção de tecido hepático para doentes com cirrose ou hepatite...

Entretanto, o desenvolvimento de todas essas perspectivas está seriamente ameaçado no nosso país devido ao atraso com as pesquisas de células-tronco embrionárias. Será que teremos, no futuro, que pagar royalties enormes para importar uma tecnologia que podia ter sido desenvolvida por nós?

E as famílias, que por não possuírem recursos para viabilizar tratamentos no exterior, terão que assistir, impotentes, ao avanço de doenças em seus entes queridos? O Brasil dispõe do principal para o desenvolvimento de qualquer tecnologia nova: cientistas especializados e capacitados.

http://www.mundovestibular.com.br/articles/4145/1/A-POLEMICA-DAS-CELULAS---TRONCO/Paacutegina1.html

A 1° brasileira que utilizou células-tronco em seu tratamento contra a paralisia cerebral



Clarinha adquiriu paralisia cerebral (encefalopatia hipóxico-isquêmica) por falta de oxigenação das células no cérebro no momento do nascimento. Seus pais, Carlos Edmard Pereira e Aline Pereira, souberam, atravez da internet, do tratamento feito com células-tronco do cordão umbilical, mas este tratamento ainda não é feito no Brasil.

O vídeo da reportagem (julho de 2009 - na Rede TV) mostra como a família se mobilizou para conseguir o tratamento para a filha no exterior. A família também foi notícia em vários canais de informação. Destacamos aqui a reportagem do site da Terra e do SBT.

Anualmente milhares de pessoas recorrem a algum tipo de tratamento médico com células tronco. O pioneiro foi o transplante de medula óssea para pacientes com doenças imunodepressivas. Na China, a Beike Biotechnology oferece tratamento com células tronco e recebe pacientes do mundo todo.

Dente de Leite: Fonte de células-tronco.


Com as pesquisas cada vez mais avançando na área da medicina, precisamos ficar atentos a momentos que são únicos.  Você provavelmente já ouviu falar nas células-tronco do cordão umbilical e da importância de seu armazenamento em banco específico para futura utilização caso necessário. Ou já soube de alguém que fez doação de medula óssea. O que poucos sabem é que o dente de leite é fonte de células-tronco. As pesquisas são recentes, mas determinantes. E o benefício se estende aos familiares do doador.

Cada criança, a partir dos 2,5 a 3 anos de idade, passa a ter 20 dentes de leite. A troca dos mesmos pelos dentes permanentes ocorre entre os 6 e 12 anos de idade. Neste período, se a família fizer opção por armazenar o material do dente, deve se informar a respeito.

O odontopediatra está apto a auxiliar na coleta, mas esta também pode ser realizada pela própria família. Para tanto, um centro de tecnologia celular, reconhecido pela ANVISA, deve ser contratado. A partir daí você será orientado a como proceder. Mas, em resumo, a família receberá um kit próximo à data em que o dente alvo estiver para cair. Assim que o mesmo for extraído ou se soltar naturalmente, deverá ser inserido em líquido e recipiente próprios, que manterão o dente nas condições adequadas para a finalidade a que se propõe. O banco deverá ser comunicado para que providencie o condução do mesmo o mais rápido possível para o seu destino. Um só dente de leite terá as células tronco multiplicadas e poderá ser usado pela família em mais de um caso, se necessário. Assim como já ocorre com o cordão umbilical, o dente de leite terá o tratamento complementar para que as células-tronco fiquem armazenadas pelo tempo desejado. 

As células-tronco comprovadamente podem ser usadas para o tratamento de doenças do sangue, tais como: leucemias, linfomas e anemias malignas. E no mundo existem mais de 300 tratamentos de doenças degenerativas sendo estudadas, com resultados animadores, como paraplegia, Mal de Parkinson e Alzheimer.

Porém, por ser recente, a liberação de cada novo uso das células-tronco para tratamento deve passar antes pela ANVISA e Conselho Federal de Medicina, mas casos isolados podem ser autorizados. A medicina está em constante evolução e as descobertas relacionadas com as células-tronco são relativamente recentes. 

A guarda do dente de leite vale a pena ser pensado pelos familiares. O molar de leite, por exemplo, cai geralmente após os dez anos de idade.
A imagem mostra polpa do dente de leite sendo retirada para a coleta de material.

sábado, 18 de abril de 2015

Transplante de células-tronco para diabetes tipo 1

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo - Campus de Ribeirão Preto) desenvolveram um tratamento revolucionário para o tratamento da Diabetes Tipo 1. Nesta enfermidade, o sistema de defesa do organismo ataca "por engano" as células beta, que estão no pâncreas. São elas que produzem insulina, o hormônio que equilibra o nível de açúcar no sangue. Quando todas as células morrem o paciente precisa tomar injeções de insulina sintética para o resto da vida.

Há mais de uma década, pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto começaram a mudar essa situação.

O tratamento é semalhante ao utilizado para pacientes de leucemia. O paciente passa por uma quimioterapia e enfrenta todos os efeitos colaterais, como náuseas e queda de cabelos - é necessário ficar em isolamento por várias semanas. Então, o sistema imunológico é reconstruído com injeções de células-tronco sadias que foram anteriormente retiradas do próprio paciente antes da quimioterapia. em seguida, espera-se que estas células-tronco reiniciem as defesas do corpo sem atacar a células que produzem a insulina. O tratamento só funciona quando administrado na fase inicial da doença, ou seja, para quem foi diagnosticado com diabetes tipo 1 a, no máximo, seis semanas. Assistam ao vídeo.

O uso de Células-tronco na medicina estética.

Você já ouviu falar em implante de fibroblastos? Pois trata-se de um procedimento que está sendo utilizado pela medicina estética para proporcionar o rejuvenecimento cutâneo. Este tratamento utiliza a tecnologia das células-tronco.

As células-tronco têm a capacidade de aumentar a quantidade de fibroblastos, que são células presentes na segunda camada de pele, a derme, e são responsáveis pela produção de colágeno e elastina. Desta forma, o tratamento com implante de fibroblastos possibilita o aumento também da produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico no organismo. Isso faz com que a pele fique mais firme, espessa e hidratada, combatendo, então, as rugas e a flacidez. 



 As células-tronco podem ser encontradas na região do epitélio, no sistema nervoso e na medula óssea, porém, para utilização estética são usadas apenas as do epitélio. O tratamento utiliza células-tronco adultas retiradas do próprio paciente, que são, posteriormente, reprogramadas geneticamente em laboratório.

O processo consiste na coleta da um fragmento de pele através de uma biópsia, tudo seguindo as normas da Anvisa. A retirada deve ser realizada preferencialmente de uma área do corpo que não tenha sido muitpo exposta ao sol, como o couro cabeludo da região atrás da cabeça.

Este material é enviado ao laboratório, onde os fibroblastos sãp separados das outras células da pele e tratados com fatores de crescimento que estimulam a sua multiplicação. Depois de algumas semanas, os fibroblastos cultivados são acondicionados em seringas, prontas para aplicação.


Após anestesia tópica (cremes anestésicos) e utilizando-se agulhas de fino calibre (1ml), os fibroblastos são implantados na região a ser tratada, obtendo assim novas "fábricas" de colágeno e elastina, capazes de restaurar o viço, a elasticidade e até mesmo corrigir rugas finas e sulcos. A quantidade a ser injetada vai depender da necessidade de cada paciente e a aplicação poe ocorrer não só na face, mas também nas mãos, pescoço e colo.

No Brasil, somente o laboratório Excellion, localizado em Petrópolis, no Rio de Janeiro, é autorizado a realizar este procedimento. A partir de um fragmento de pele retirado do próprio paciente, serão processadas e multiplicadas as células de fibroblastos, responsáveis pela produção de colágeno e elastina. O paciente precisa esperar cerca um mês para retornar ao consultório  para fazer a aplicação. Mas parte desse material pode ser congelado e utilizado, futuramente, em outras aplicações.


A utilização de células-tronco pela medicina estética data de 1995. Os tratamentos que se utilizam desta tecnologia são o reparo dérmico e subcutâneo, preenchimento facial de rugas e linhas de expressão e melhoria na qualidade e flacidez da pele.

No pré-operatório é necessário que o paciente realize uma pequena biópsia da pele ou retire 70 ml de gordura, para servir de matriz à retirada, isolamento e multiplicação dos fibroblastos. Cerca de 40 dias após a coleta do material, o laboratório enviará uma quantidade de biomaterial suficiente para realizar três aplicações. 


Como o procedimento é autólogo (do próprio paciente) o corpo não rejeita as células-tronco, de modo que o risco de rejeição ou alergias é praticamente inexistente, tornando-se um processo bastante seguro e eficaz.

http://www.esteticas.com.br/celulas_tronco.htm
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