segunda-feira, 20 de abril de 2015

Polêmicas envolvendo células-tronco embrionárias.

Não é de hoje que ciência e religião se digladiam pelo controle sobre o comportamento e os valores do homem. Não raro na história a moral sepultou inovações e descobertas científicas; não raro a ciência deflorou a vida e os direitos humanos.
Se você se debruçar sobre a questão com o olhar criterioso e investigativo dos que vasculham o inexplicado, recairá em uma discussão quase tão antiga quanto a própria humanidade: quais os riscos, os limites do avanço tecnocientífico? E quais os perigos do ostracismo, da manutenção de princípios conservadores? 

Sem dúvida, muitas pessoas argumentam que tal pesquisa é desnecessária porque também podem ser obtidas células-tronco a partir de adultos ou do sangue do cordão umbilical.


De fato, os cientistas podem trabalhar com dois tipos de células-tronco: as embrionárias e as adultas. As primeiras, que só ocorrem no início do desenvolvimento embrionário, são denominadas pluripotentes, pois podem se transformar em qualquer tipo de célula. Com elas se consegue formar de hemácias a células nervosas – essas fundamentais para o possível tratamento de doenças como Alzheimer ou lesões de medula espinhal. Já as células-tronco adultas (e aí se incluem as retiradas do cordão umbilical) só formam alguns tecidos, como músculo, osso ou cartilagem.

São várias as vantagens do uso das células embrionárias sobre as adultas. Pode-se destacar, além da sua pluripotência, a facilidade de seu isolamento – já que constituem a totalidade do embrião – e o maior controle na indução de sua especialização.

Além disso, a grande perspectiva é que, com o aprofundamento dos estudos nessa área, possamos compreender todos os mecanismos que regem a especialização de uma célula-tronco e, no futuro, aplicá-lo em células adultas, dispensando o uso de embriões.

Independente da discussão jurídico-moral, são incontáveis os exemplos de aplicação prática, potencial ou já realizável, desse tipo de célula: a reconstrução de tecidos perdidos por mutilações e acidentes; a regeneração de massa óssea em pessoas portadoras de osteoporose; reposição de tecido necrosado cardíaco após infartos; tratamento de Mal de Parkinson, Alzheimer e lesões neurológicas traumáticas e advindas de derrames; cura para diabetes tipo 1, hemofilia e leucemia; recuperação de tecido renal em pacientes com necessidade de transplante de rim; produção de tecido hepático para doentes com cirrose ou hepatite...

Entretanto, o desenvolvimento de todas essas perspectivas está seriamente ameaçado no nosso país devido ao atraso com as pesquisas de células-tronco embrionárias. Será que teremos, no futuro, que pagar royalties enormes para importar uma tecnologia que podia ter sido desenvolvida por nós?

E as famílias, que por não possuírem recursos para viabilizar tratamentos no exterior, terão que assistir, impotentes, ao avanço de doenças em seus entes queridos? O Brasil dispõe do principal para o desenvolvimento de qualquer tecnologia nova: cientistas especializados e capacitados.

http://www.mundovestibular.com.br/articles/4145/1/A-POLEMICA-DAS-CELULAS---TRONCO/Paacutegina1.html

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